Artigos | Postado no dia: 17 dezembro, 2025
Como armazenar dados empresariais corretamente
No mundo digital, em que as informações são o principal ativo de qualquer negócio, saber como armazenar dados da empresa de maneira certa e segura deixou de ser uma escolha — é uma obrigação.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) impõe regras claras sobre o tratamento, a guarda e o uso das informações.
Assim, o armazenamento seguro de dados é fundamental não apenas para evitar sanções, mas também para construir confiança entre a empresa e seus clientes.
Este artigo orienta empresários sobre como armazenar dados corretamente, de acordo com as práticas jurídicas brasileiras, garantindo conformidade e segurança digital.
Siga a leitura.
1. Entenda o que a LGPD exige sobre armazenamento de dados
O primeiro passo para saber como armazenar dados da empresa é compreender o que a legislação determina. A LGPD (Lei nº 13.709/2018) estabelece princípios que orientam todo o ciclo de vida dos dados, desde a coleta até o descarte.
Para que o armazenamento seguro de dados seja legal, a empresa deve guardar apenas as informações necessárias para sua atividade e por tempo compatível com a finalidade para a qual foram coletadas.
Por exemplo, dados de ex-funcionários podem ser mantidos por até 5 anos após o término do contrato, em conformidade com prazos prescricionais trabalhistas.
Além disso, o armazenamento precisa garantir integridade e confidencialidade, evitando acesso indevido ou vazamentos. Isso significa adotar medidas técnicas e administrativas proporcionais ao risco envolvido.
2. Tipos de dados e seus cuidados específicos
Nem todos os dados empresariais exigem o mesmo nível de proteção. Saber como armazenar dados de diferentes tipos é fundamental para evitar falhas.
- Dados pessoais comuns: nomes, e-mails, endereços e números de documentos.
- Dados sensíveis: informações sobre saúde, convicções religiosas ou políticas, que demandam maior proteção.
- Dados empresariais estratégicos: informações financeiras, contratos, segredos industriais e registros de clientes.
Por exemplo, o armazenamento seguro de dados de clientes requer criptografia e controle de acesso, enquanto os dados fiscais podem estar sujeitos a auditorias e devem ser guardados em ambiente seguro por, no mínimo, cinco anos.
3. Boas práticas para o armazenamento seguro de dados
Saber como armazenar dados da empresa envolve muito mais do que instalar um antivírus. É preciso adotar um conjunto de boas práticas técnicas e jurídicas:
- Controle de acesso: restrinja quem pode visualizar ou alterar dados sensíveis.
- Backups regulares: mantenha cópias de segurança em servidores protegidos e, preferencialmente, em nuvem com autenticação reforçada.
- Políticas internas claras: treine funcionários sobre o uso correto das informações e adote termos de confidencialidade.
- Monitoramento constante: use softwares de segurança que alertem sobre atividades suspeitas.
Essas medidas ajudam a garantir o armazenamento seguro de dados e demonstram à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) o comprometimento da empresa com a conformidade.
4. Como armazenar dados em nuvem
O uso de armazenamento em nuvem é cada vez mais comum, mas é importante entender como armazenar dados da empresa nesse ambiente sem violar a LGPD.
Empresas devem verificar onde os servidores estão localizados, se há transferência internacional de dados e se o provedor de nuvem cumpre as exigências legais brasileiras.
Plataformas como Google Cloud, AWS e Azure oferecem certificados de segurança e contratos compatíveis com a legislação.
Além disso, recomenda-se manter cópias locais de informações críticas, principalmente dados contábeis e contratuais, garantindo redundância e disponibilidade em caso de falhas no serviço.
5. Responsabilidade jurídica pelo armazenamento de dados
Ao pensar em como armazenar dados, muitos empresários esquecem que a responsabilidade jurídica é direta. A empresa é considerada controladora dos dados e, portanto, responde civilmente por incidentes de segurança.
Isso significa que, em caso de vazamento, o negócio pode ser multado em até 2% do faturamento, limitada a R$ 50 milhões por infração, além de ter danos morais reclamados por clientes ou empregados afetados.
Manter um plano de resposta a incidentes e um encarregado de proteção de dados (DPO) é uma forma eficaz de reduzir riscos e demonstrar diligência.
6. Documentação e prazos de retenção
Outro ponto essencial sobre como armazenar dados da empresa é respeitar os prazos legais de retenção. Cada tipo de informação possui um período mínimo de guarda, conforme leis específicas.
Por exemplo:
- Documentos trabalhistas: 5 anos após o término do vínculo;
- Documentos fiscais: 5 anos após o fato gerador;
- Registros contábeis: até 10 anos.
Guardar informações por tempo excessivo pode caracterizar violação à LGPD, enquanto o descarte antecipado pode comprometer a defesa jurídica da empresa.
Assim, o ideal é adotar uma política de retenção de dados, definindo prazos, responsáveis e métodos de exclusão segura.
FAQ – Dúvidas comuns sobre como armazenar dados da empresa
- Quais empresas precisam se preocupar com o armazenamento de dados?
Todas as empresas, independentemente do porte, precisam adotar práticas de armazenamento seguro de dados, pois a LGPD se aplica a qualquer pessoa jurídica que colete ou utilize informações pessoais no Brasil. - Posso armazenar dados de clientes sem autorização?
Não. É necessário obter consentimento claro ou enquadrar o tratamento em uma base legal prevista na LGPD, como cumprimento de contrato ou obrigação legal. - É seguro armazenar dados apenas em nuvem?
Depende. É essencial escolher provedores com certificações de segurança e manter cópias locais de informações críticas para evitar perda total de dados. - O que acontece se minha empresa sofrer vazamento de dados?
A empresa pode ser multada e sofrer danos reputacionais. Além disso, deverá comunicar o incidente à ANPD e aos titulares dos dados, adotando medidas para mitigar os impactos. - Quem pode acessar os dados armazenados?
Somente pessoas autorizadas, devidamente treinadas e com necessidade funcional de acesso. Isso reduz o risco de incidentes internos.
Conclusão
O armazenamento seguro de dados não é apenas uma questão tecnológica, mas uma obrigação jurídica e estratégica.
Empresas que adotam boas práticas de proteção e governança digital demonstram respeito à legislação, evitam multas e reforçam a confiança de clientes e parceiros.
Por isso, antes de implementar sistemas ou contratar serviços de nuvem, consulte um advogado especializado em proteção de dados.
Uma assessoria jurídica preventiva ajuda a adequar políticas internas, revisar contratos e garantir que o armazenamento esteja em total conformidade com a LGPD.
Caso tenha alguma dúvida, entre em contato conosco. Estamos disponíveis para fornecer assistência e auxiliá-lo no que for preciso.